domingo, 27 de março de 2011

Da vida e dos chicletes: coisas sobre o tédio de domingo

Não existe coisa mais irritante que o tédio. É assim que me sinto nessas sobejas horas do domingo. Tédio, puro e agre Tédio. E não importa se o sábado tenha sido bom, o domingo à tarde sempre será assim. De onde vem essa sensação tão incômoda. Serei apenas eu que a sinto? Com certeza não. Tudo isso me remete as palavras de um amigo psicólogo – mais amigo que psicólogo – “Queremos felicidade sempre. Sempre”, diz ele. Talvez ele esteja certo, queremos felicidade eterna e nos apartamos da tristeza. Afinal, somos doutrinados para isso: ser felizes, jovens para sempre, eternos.

No entanto, “Não existe só felicidade, como não existe só tristeza”, insiste meu amigo. E novamente as palavras dele fazem bastante sentido para mim. Isso me remete a um conto de Clarice que li em minha adolescência. Neste conto, a escritora faz uma analogia interessante entre a eternidade e a agonia de se mascar um chiclete que perdeu o gosto. Qual o gosto da vida, amigos? Se eu fosse escolher um chiclete que representasse a vida eu escolheria aquele bem antigo. Lembra daquele chiclete de dois sabores? É... A vida tem dois sabores: “nem só tristeza” refrescante e o “nem só alegria” intenso. Sabores interessantes, não?! Bem, uma coisa é certa: o fato de eu desprezar tanto o tédio do domingo me faz pensar que até hoje em minha vida eu só tenha provado de um sabor. Está na hora de provar novos sabores? Não sei. Ah! Tô muito entediado pra pensar nisso agora.

Um comentário:

  1. Ah! O tédio, o bom - nem tão bom - e velho tédio... no domingo, tem sua culminância na tv que sintoniza o fantástico!

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